23, nov, 2024
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Colheita da soja é concluída em parte do Rio Grande do Sul

A colheita da soja foi concluída nas regiões Noroeste, Alto Uruguai, Nordeste e parte do Planalto do Rio Grande do Sul. Nas últimas lavouras colhidas, em que os produtores aproveitaram os breves períodos secos e ensolarados, os grãos retirados apresentaram condições físicas e sanitárias relativamente melhores, apesar do longo período de maturação a campo.

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (6) pela Emater/RS-Ascar, as lavouras em colheita apresentaram perdas crescentes devido à debulha natural, aos grãos germinados e avariados e às falhas na trilha, causadas pelo excesso de umidade. Destaca-se, de forma geral, a perda expressiva de qualidade dos grãos.

Ainda restam muitas lavouras de soja a serem colhidas nas regiões Sul e Campanha do RS, resultando em elevadas perdas de produção e econômicas. Na ponderação estadual, estima-se que 96% das áreas foram colhidas, estando 4% em maturação.

Até o início das intensas precipitações, ocorridas após 29/04, as produtividades obtidas eram consideradas muito satisfatórias, atingindo picos de 5.400 kg/ha e produção mediana pouco acima de 3.300 kg/ha. Entretanto, em função da impossibilidade de colheita imediata das lavouras maduras e da continuidade nas em maturação, a perspectiva para as áreas remanescentes, que representam aproximados 24% do total, foi abruptamente alterada, impactando de forma negativa, tanto a produção quanto a produtividade.

Destaca-se que a queda da produtividade da soja deverá repercutir na redução da safra estadual. A estimativa, realizada em novembro de 2023 pela Emater/RS-Ascar, indicava produção de 22.246.630 toneladas em área de 6.681.716 hectares, com produtividade de 3.329 kg/ha. A área afetada pelo evento climático está estimada em 1.490.505 hectares, e as perdas de produção são de 2.714.151 toneladas. A nova estimativa de produção estadual, descontando as perdas levantadas, deverá totalizar 19.532.479 toneladas, e a produtividade deve ser reduzida para 2.923 kg/ha.

Após a retirada da soja, parte dos produtores está realizando reparos em inúmeros locais onde ocorreu erosão do solo e buscando recuperar parte da fertilidade com a adição de corretivos de acidez e de nutrientes.

Milho – Durante o período, as condições climáticas melhoraram, permitindo o avanço da colheita, especialmente em pequenas produções, onde a operação manual foi mais viável. Nas áreas com colheita mecanizada, o processo ocorreu à medida que os grãos alcançaram níveis adequados de umidade, garantindo uma trilha mais eficiente e reduzindo os danos mecânicos. Na metade Norte do Estado, a colheita praticamente foi concluída, e estima-se que, na média estadual, alcançou 94% da área cultivada. Há ainda 5% das lavouras de milho em maturação e 1% em enchimento de grãos.

Em termos de produção, a área estimada para o milho no RS, em novembro de 2023 pela Emater/RS-Ascar, abrangia 812.795 hectares; a produção prevista era de 5.202.976 toneladas; e a produtividade, de 6.401 kg/ha. Após as chuvas e as enchentes, que iniciaram em maio, estima-se que a área afetada totalize 113.700,96 hectares, resultando em perdas de produção de 354.189,12 toneladas. A nova projeção indica que, após o evento, a produção será de 4.848.786,88 toneladas, e a produtividade estadual se reduzirá para 5.966 kg/ha.

Pastagens e criações – As recentes chuvas intensas e enchentes causaram danos significativos às pastagens em praticamente todo o Estado. Desde a dificuldade na semeadura e no desenvolvimento até a perda de culturas já implantadas, as condições climáticas adversas comprometeram a disponibilidade e a qualidade das pastagens para o gado. Alagamentos, erosões e danos no solo são alguns dos impactos observados, que resultaram em um cenário desafiador para os produtores rurais, com impactos significativos na Bovinocultura de Corte e Leiteira, que sofre com o pastoreio inviável, comprometendo a oferta de alimento para o gado. Além disso, as enchentes têm prejudicado o acesso às propriedades, impedindo o transporte do leite e afetando a coleta e o escoamento da produção. A falta de energia foi um problema e exigiu o uso de geradores.

Em várias regiões do RS, as propriedades enfrentam dificuldades operacionais, como estradas inacessíveis em função do acúmulo de lama, além de pastagens danificadas e áreas alagadas. O aumento do volume de água em rios e córregos tem levado à remoção de animais das áreas alagadas, afetando diretamente o ganho de peso dos rebanhos. Além disso, o cenário adverso tem prejudicado, ainda mais, a comercialização dos animais de diferentes categorias.

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