O evento técnico “Nosso Solo, Nossa Colheita”, promovido pela Coasa, foi realizado na quarta-feira, 7 de maio, na Gruta Nossa Senhora de Lourdes, em Água Santa. A atividade reuniu associados e produtores da região com o objetivo de reforçar a importância do manejo adequado do solo e de práticas que reduzam os impactos de estresses climáticos e ambientais nas lavouras.
A programação contou com duas palestras. A primeira foi conduzida por Jackson Fiorin, pesquisador da Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), que apresentou como a qualidade física e química do solo podem amenizar os efeitos da estiagem. Entre os pontos destacados estiveram a importância da descompactação, do equilíbrio nutricional e do uso de plantas de cobertura para melhorar a infiltração e retenção de água no solo, garantindo maior estabilidade produtiva mesmo em safras com déficit hídrico. Fiorin focou em mostrar um pouco do trabalho que vem sendo feito pela Rede Técnica Cooperativa da CCGL, da qual a Coasa é uma das filiadas.
“Temos desenvolvido um trabalho em busca da melhoria da qualidade do solo com o principal objetivo de amenizar, principalmente nos anos de estiagem, as perdas de produtividade. Destacamos a melhoria da condição química do solo, em especial a correção da acidez que neutraliza o alumínio, que limita o crescimento do sistema radicular, inibindo a planta de expressar o seu potencial produtivo. A gente também destacou a importância de buscar calcários de melhor qualidade, apresentando alternativas que estão chegando ao mercado”, disse ele.
Na segunda palestra, Geraldo Chavarria, pesquisador da Fisiologia no Campo, abordou o tema da fisiologia e manejo para obtenção de plantas mais tolerantes a estresses. Ele trouxe informações sobre como as práticas de manejo, como a escolha do momento adequado para a semeadura e o uso racional de insumos podem reduzir perdas causadas por estiagens, geadas fora de época e outros fatores que limitam o potencial produtivo das culturas.
“Falamos da importância de, em anos difíceis, entender que nós precisamos ter plantas mais resilientes, que aguentem mais adversidades. E um aspecto importante é a parte da porteira para dentro. O grande seguro que o produtor tem que fazer é colocar mais raízes no solo e atentar para os vilões mais comuns, como a imitação de cálcio e fósforo ao longo do perfil, problemas de alumínio tóxico e compactação. A gente sabe que quando temos plantas mais bem estabelecidas, elas aguentam mais as adversidades. Lembrando que nós temos que reduzir os custos da planta como um todo. Isso é construir plantas mais resilientes.”
De acordo com Deividi Poli, coordenador comercial da Coasa, o evento teve como foco oferecer informações práticas que possam ser aplicadas nas propriedades. “Que o produtor consiga realizar manejos mais eficientes e minimizar o uso de agroquímicos, com foco no solo como base para plantas mais saudáveis e, assim, poder colher aquele algo a mais”, afirmou. Deividi também destacou que, na região de atuação da cooperativa, os produtores têm adotado práticas mais intensivas de uso de plantas de cobertura, em comparação com outras regiões do Estado.
O evento foi encerrado com almoço de confraternização entre os participantes. “Mais uma vez o nosso quadro social se fez de presente e com certeza levou muitas informações para sua propriedade. Tivemos dois professores, que souberam passar um conteúdo bem amplo, de tudo o que pode ser aperfeiçoado, através do melhoramento do solo”, avaliou o vice-presidente da Coasa, Roberto José Felini.
