12, abr, 2025
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A pedido do GAECO/MPRS, Justiça decreta prisão de seis investigados por utilizar sistema da APAC de Passo Fundo para beneficiar organização criminosa

Acolhendo pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a 1ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro decretou na sexta-feira, dia 11 de abril, a prisão preventiva de seis pessoas que usavam indevidamente o sistema da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Passo Fundo. Conforme foi apurado na Operação Papillon, deflagrada em maio de 2024, os suspeitos estavam beneficiando um grupo criminoso.

De acordo com o promotor de Justiça Diego Pessi, coordenador do 7º Núcleo Regional do GAECO – Planalto e responsável pela investigação, os suspeitos também foram denunciados pelo crime de organização criminosa. Ele ressalta que três pessoas já se encontravam no sistema prisional e duas foram presas na sexta-feira por agentes do GAECO. Em relação a um sexto investigado, que também, não estava no sistema prisional, foram impostas medidas cautelares diversas da prisão. O MPRS apurou que criminosos, de altíssima periculosidade e com grande saldo de pena a cumprir, eram indevidamente selecionados para ingressar no sistema APAC. Desta forma, com a cumplicidade de alguns responsáveis pela fiscalização, passavam a agir livremente.

Estes apenados tinham suas faltas acobertadas em um esquema que culminou com várias fugas do estabelecimento e retomada de suas carreiras criminosas. Além disso, constatou-se a prática de tráfico de influência, favorecimento real, falsidade ideológica e fraude processual, destacando-se a atuação de representantes da APAC negociando drogas e armas, fazendo ingressar aparelhos de telefone celular no interior do sistema penitenciário e intermediando pleitos de faccionados junto às autoridades.

Para o promotor, os decretos de prisão levam em conta a extrema gravidade dos delitos praticados, inclusive, com a indevida utilização do nome do Ministério Público e do Poder Judiciário. A extrema ousadia do grupo é revelada em várias passagens da investigação, como, por exemplo, aquela em que um investigado manifesta a intenção de “dar um tiro na cabeça de um juiz”. Diego Pessi diz que a investigação seguirá em nova fase até que sejam apuradas todas as responsabilidades: “obtido êxito na investigação acerca da instrumentalização da APAC por organizações criminosas, as investigações terão prosseguimento até que sejam identificados e denunciados todos os envolvidos nesse esquema estruturado pela organização criminosa, inclusive no que se refere aos crimes de lavagem de dinheiro”.

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