O milho é cultivado em 487 dos 497 municípios gaúchos, com uma ampla janela de semeadura que se estende de agosto a janeiro. A colheita abre oficialmente nesta quinta-feira (23), em Paulo Bento, na Granja Busnello, com a presença de autoridades e lideranças do setor. A organização é da Câmara Setorial do Milho, com apoio de diversas entidades, entre elas, a Emater/RS-Ascar.
O extensionista da Emater/RS-Ascar Alencar Rugeri chama atenção para a importância do milho no sistema de produção, tema desenvolvido há anos pela Instituição junto aos agricultores, através da assistência técnica, das unidades de referência tecnológica e de fomento às políticas públicas. Para Alencar, o milho é a principal cultura de desenvolvimento do Estado. “Não é a maior, mas é a principal, porque nós precisamos do milho para atender a cadeia de suínos, de aves e de leite”.
De acordo com Alencar, nos últimos anos, o produtor de milho enfrenta questões agronômicas e econômicas. “Nos últimos períodos, a questão econômica enfraqueceu o milho. Eu julgo que a área de milho que nós temos no Estado, próximo a 800 mil hectares, é em função daquele produtor que tem um sistema de planejamento, um sistema produtivo, onde o planejamento é essencial. Se o preço está muito ruim, ele tem sempre uma margem de negociação, mas não é planta ou não planta”.
Sobre a dificuldade climática e uma possível estiagem neste ano, Alencar comenta que aproximadamente 40% do milho já foi colhido e que há regiões com algumas dificuldades pontuais. “Nós temos 60% do milho que está ainda em fase de enchimento de grãos, desenvolvimento vegetativo ainda. Então, é muito cedo para fazer uma avaliação mais assertiva”, afirma.
“A produção de milho no Rio Grande do Sul é de extrema importância, tanto para a alimentação humana, quanto para a alimentação animal. As cadeias produtivas das aves, suínos e outros animais utilizam o cereal, principalmente na forma de ração (70% da ração é milho), sendo que o setor leiteiro usa a planta, preferencialmente, na forma de silagem”, destaca Valdomiro Haas, analista agropecuário e florestal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e assessor da Câmara Setorial do Milho.
De acordo com Haas, a cultura é uma ótima opção técnica para rotação de culturas com a soja por deixar grandes volumes de palhada proporcionando uma maior proteção ao solo nos períodos de pós-colheita. E o milho, destaca, “é a cultura que melhor responde ao uso da irrigação com possibilidade dos rendimentos chegarem a ser 60 a 80% maior quando comparado a lavouras sem utilização de irrigação”.
Fonte: Emater/RS-Ascar