21, nov, 2024
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Mortes por câncer de mama aumentaram 50% em uma década na região Norte do Rio Grande do Sul

O câncer de mama é o mais incidente e de maior mortalidade entre as mulheres no Brasil. A estimativa para o triênio de 2023 a 2025 é de 73,6 mil novos casos por ano de câncer de mama (Inca) e cerca de 20 mil mortes (DataSUS/SIM). Na última década, entre 2014 e 2023, o número de mortes por câncer de mama na macrorregião Norte do Rio Grande do Sul (RS) aumentou significativamente, ultrapassando 50%. A campanha Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. As chances de cura ultrapassam 90% se o tumor for diagnosticado em fase inicial.

Na macrorregião Norte do RS, que abrange, aproximadamente, 130 municípios, foram registradas cerca de 110 mortes em 2014 (DataSUS/SIM). Já em 2023, esse número subiu para 169 mortes, um aumento de 53%. No total, mais de 1,2 mil pessoas morreram nesta última década na região, uma média de 125 mortes por ano. Só em Passo Fundo, maior cidade da região, foram 271 mortes, uma média de quase 30 mortes por ano.

O aumento da mortalidade também ocorre no país e no RS. No Brasil, eram 14,7 mil mortes em 2014, passando para 20,2 mil óbitos em 2023 (37%), cerca de 175 mil mortes em uma década. No RS, o número de mortes aumentou de 1,2 mil para 1,5 mil (25%), no mesmo período, cerca de 13,6 mil mortes em 10 anos. “O cenário mostra que o número de mamografias realizadas a cada ano, principal exame para detecção precoce do câncer de mama, é insuficiente. Além disso, há limitações importantes no acesso a tratamentos modernos. Expandir o número de exames entre a população-alvo e facilitar o acesso a exames, especialistas e tratamentos adequados é um enorme desafio para o Brasil”, observa o oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado.

Casos aumentam entre mulheres jovens

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a incidência do câncer de mama aumenta a partir dos 50 anos. No entanto, está aumentando entre mulheres jovens, inclusive abaixo dos 35 anos. Conforme a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o número de casos passou de 2% para 5% nesta faixa etária. O câncer na população jovem (>50 anos) já desperta a atenção de especialistas no mundo todo. “Esta realidade é preocupante, porque esta população jovem está fora do grupo de rastreamento. O Ministério da Saúde recomenda a mamografia de rastreamento para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Além disso, fatores de risco associados ao estilo de vida como alimentação inadequada, gestação mais tardia, não ter filhos, bem como fatores genéticos e hereditários, estão entre as suspeitas para este cenário”, comenta o também oncologista do CTCAN, Dr. Lieverson Guerra.

Mamografia é o principal exame para diagnóstico precoce

A mamografia deve ser feita anualmente dos 40 aos 70 anos de idade, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia. “Estudos estimam redução de 20 a 25% nas mortes por câncer de mama nas populações rastreadas com mamografia. Além disso, quanto antes descobrir mais chances de cura e menores as sequelas”, enfatiza o Dr. Alex Seidel, também oncologista do CTCAN.

Hábitos saudáveis reduzem o risco de câncer de mama

O Inca enfatiza que cerca de 17% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. “Realize exercícios físicos diários, tenha uma alimentação saudável, evite bebidas alcoólicas e tabaco. Além disso, amamente seu bebê, identifique se têm casos da doença na família o quanto antes e faça a mamografia anualmente a partir dos 40 anos”, salienta Seidel.

Confira alguns sinais e sintomas:

– Nódulo endurecido, geralmente indolor. É a principal manifestação.

– Alterações no bico do peito (mamilo).

– Nódulos na região das axilas ou no pescoço.

– Saída espontânea de líquido de um dos mamilos.

– Pele da mama retraída e rugosa (tipo casca de laranja).

Fonte: Comunicação CTCAN

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