21, nov, 2024
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Canola apresenta desenvolvimento satisfatório no RS

A recorrência de dias ensolarados favoreceu o desenvolvimento das lavouras de canola nas principais regiões produtoras do Rio Grande do Sul, com recuperação parcial de áreas que apresentavam desenvolvimento aquém do esperado. As boas condições climáticas beneficiaram também os tratos culturais.

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (01/08) pela Emater/RS-Ascar, na região de Santa Rosa, em função dos diferentes períodos de semeadura, diversas lavouras apresentam falhas na germinação, o que tem reduzido o estande. No entanto, as áreas semeadas a partir do início de junho mostram população adequada de plantas, alto vigor, boa sanidade e desenvolvimento geral satisfatório; há expectativas de boa produtividade. A floração está se intensificando, e o clima ameno favorece o início do estágio reprodutivo e a movimentação de insetos polinizadores nas lavouras.

Com estimativa inicial de produtividade média de 1.679 kg de canola por hectare, cultivada em 134.975 hectares no Estado, a insuficiência de chuvas tem gerado preocupações entre os produtores na Fronteira Oeste. Em São Gabriel, apenas 2% da área plantada de 2,5 mil hectares está em fase de floração. Em Manoel Viana, cerca de 10% dos 5 mil hectares cultivados estão em floração. Muitas lavouras ainda se encontram na fase de desenvolvimento inicial em função do atraso no plantio, causado pelo excesso de umidade no solo durante o mês de junho.

Trigo – A predominância de dias ensolarados e temperaturas amenas favoreceram o incremento na área semeada (99%) com trigo, considerada, no momento, tecnicamente concluída, restando apenas pequenas áreas remanescentes para a finalização. De maneira geral, as lavouras estão apresentando desenvolvimento adequado, o que pode ser atribuído principalmente ao aumento da insolação nas duas últimas semanas. A sanidade das lavouras está satisfatória; houve apenas ocorrências esporádicas de manchas foliares e ferrugem da folha. O clima mais seco tem contribuído para a ausência de oídio, e poucos produtores realizaram aplicações de fungicidas recentemente. A área cultivada de trigo, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista de 3.100 kg/ha.

Aveia branca – A continuidade da radiação solar, interrompida por precipitações fracas, mas essenciais, contribuiu para a recuperação das lavouras de aveia branca, que respondem de forma positiva à melhoria das condições climáticas. Porém, a cultura ainda necessita de mais tempo para uma recuperação completa, em termos de desuniformidade no porte e na coloração das plantas. As lavouras de aveia branca em estádios mais avançados, como florescimento e formação de grãos, provavelmente sofrerão impactos negativos na produtividade, em função do reduzido número de espiguetas viáveis e da formação insatisfatória de grãos. A Emater/RS-Ascar estima área cultivada de 365.590 hectares, e a produtividade está projetada em 2.402 kg/ha.

Cevada – A semeadura da cevada foi concluída. Apesar das condições climáticas prejudiciais no início do desenvolvimento da cultura, as lavouras foram beneficiadas, na segunda quinzena de julho, pelo tempo favorável, caracterizado por períodos de sol e chuvas pontuais, o que tem permitido a manutenção do potencial produtivo. A projeção de cultivo é de 34.429 hectares, e a produtividade de 3.245 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, predomina a fase de desenvolvimento vegetativo. Aproximadamente 5% das áreas de cevada estão na fase de emborrachamento e espigamento. Já na região de Frederico Westphalen, as lavouras encontram-se na fase vegetativa e apresentam desenvolvimento abaixo do esperado, devido à alta umidade e à baixa insolação, que prejudicaram o crescimento de várias áreas. Na de Soledade, o clima contribuiu para a recuperação da estatura das plantas, especialmente em áreas com manejo adequado da adubação. Estão sendo finalizados os tratos culturais relacionados ao controle de plantas invasoras e à aplicação de adubos nitrogenados em cobertura. Os tratamentos fungicidas para o controle de manchas foliares continuam em andamento. O período seco tem sido desfavorável para o desenvolvimento de doenças, resultando em bom estado fitossanitário das lavouras.

PASTAGENS E CRIAÇÕES – As condições climáticas também foram favoráveis para o crescimento das pastagens de inverno, mas a oferta ainda está abaixo do ideal. O excesso de umidade, a erosão e a falta de radiação solar prejudicam o desenvolvimento do pasto. Com a escassez de volumoso, os produtores recorrem ao uso de feno, de pré-secado e de silagem.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as consequências das geadas de julho, como a queima da vegetação, ainda afetam as áreas de campo nativo. As áreas bem manejadas e com maior diversidade de espécies estão oferecendo boas condições de pastejo, assim como as áreas com azevém em sobressemeadura. No município de Bagé, o excesso de umidade nas baixadas está dificultando o consumo de forragem pelos animais. Na de Caxias do Sul, as pastagens se desenvolveram bem, mas ainda não atingiram o esperado. O tempo seco e a boa luminosidade melhoraram a alimentação dos bovinos, facilitando o manejo e economizando forragens conservadas. Na de Erechim, o tempo seco favoreceu a implantação de culturas de inverno e as pastagens, que estão com bom desenvolvimento. A umidade no solo está quase normal, e continua o plantio de culturas anuais para silagem.

BOVINOCULTURA DE LEITE – Os dias secos e ensolarados facilitaram o manejo dos animais, aumentando a oferta de pastagem, reduzindo o uso de silagem e melhorando os índices produtivos e reprodutivos. A produção de leite aumentou em função da maior disponibilidade de forragem de qualidade e dos ajustes na dieta, reduzindo os custos com alimentos conservados. A diminuição de carrapato também contribuiu para um manejo mais eficiente.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, as pastagens estão sendo prioritariamente destinadas às vacas em lactação, por causa da baixa oferta de pasto. A dieta das vacas tem sido ajustada conforme a fase de produção, fazendo-se uso de silagem e pré-secado. Na de Porto Alegre, houve redução na produção como consequência das chuvas frequentes, exigindo suplementação com silagem de milho, bagaço de cevada e ração. A campanha de vacinação preventiva de doenças da reprodução está em andamento. Na de Santa Rosa, a ausência de barro melhorou a sanidade do rebanho e o manejo na sala de ordenha. Os rebanhos passaram mais tempo nas pastagens, facilitando o manejo alimentar. Na de Soledade, a sequência de dias com alta umidade tem favorecido o surgimento de mastites. A comercialização do leite está regular.

OVINOCULTURA – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as temperaturas amenas e a baixa umidade beneficiaram os rebanhos, principalmente os cordeiros, e a forragem foi suficiente no campo nativo e nas pastagens cultivadas. Problemas com piolho persistem, mas cascos e verminoses estão sob controle. Na região de Passo Fundo, há fêmeas parindo e ovinos em fase de engorda. Na de Pelotas, os rebanhos estão em fase de gestação e parição, e os animais estão sendo suplementados e abrigados do frio. O mercado da lã está estável. Na de Porto Alegre, o rebanho enfrenta ataques de predadores e falhas no controle de verminose; o estado nutricional está baixo devido à pouca forragem. Também foram registradas perdas de cordeiros em função do frio. Na de Santa Maria, os animais estão com bom escore corporal. Os produtores estão focados no manejo da dieta e no controle de verminose durante a parição. Na de Soledade, as pastagens afetadas pelas condições do tempo prejudicaram os rebanhos, porém houve pouco registro de mortalidade de cordeiros.

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