Após os eventos climáticos extremos que atingiram o Rio Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar realiza ações conjuntas em prol da reconstrução do modo de vida dos habitantes e produtores rurais do Estado. A Instituição efetua trabalhos voltados para o desenvolvimento social, econômico, ambiental e cultural, inseridos em uma perspectiva de atuação socialmente justa, ambientalmente sustentável e economicamente viável, que possibilite o retorno e a permanência das famílias no meio rural.
Elisângela Froehlich, extensionista e chefe da Assessoria de Assistência Social da Emater/RS-Ascar, esclarece que, diante da tragédia que arrasou o Estado, a Instituição atua em três etapas. A primeira, enumera a extensionista, ocorreu durante a tragédia, no intuito de garantir a sobrevivência e o acolhimento das famílias atingidas que, em muitos casos, necessitaram de resgate, pois perderam ou deixaram temporariamente suas casas. “Graças aos profissionais da Extensão Rural e Social, muitas famílias foram encontradas e tiveram acesso a alimentos, mantimentos e insumos para consumo próprio e para o trato dos animais”, recorda.
A segunda etapa foi determinada pelo levantamento de dados e informações, para serem utilizados pelos governos Federal, Estadual e municipais na elaboração de laudos de emergência ou de calamidade pública e na criação de políticas públicas. Para a extensionista, os dados apresentados são transversais e, mesmo com o levantamento da Emater/RS-Ascar a respeito das perdas da agricultura familiar e das comunidades tradicionais, ainda não é possível mensurar tudo o que foi perdido no espaço rural do RS. “O que fica agora é a pergunta quem vai ficar naquele espaço rural? Quem ainda tem força de vontade para reconstruir? E é ali que nós entramos com nossos extensionistas”, declarou.
O momento atual é pontuado por Elisângela como a terceira etapa, de retomada, momento em que a Emater/RS-Ascar desenvolve, junto às famílias e em parceria com outras entidades, as medidas com as quais atuará em benefício da reconstrução do RS, além de divulgar as políticas emergenciais do Governo do Estado e do Governo Federal. “É o que a nossa Instituição faz há 69 anos e vai continuar fazendo”, destaca Elisângela, a respeito do apoio ao produtor rural do RS.
“Uma medida adotada pela Instituição foi a instalação de escritórios em áreas rurais onde o acesso às sedes municipais esteja dificultado, de forma a assegurar para as famílias os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters), assim como a disponibilização de instalações físicas, materiais e equipamentos para outras entidades e instituições que trabalham na linha de frente”, cita Elisângla, que cita também a articulação para aproximar produtores e consumidores de alimentos em diferentes municípios, com diferentes graus de exposição à tragédia; a mediação para o escoamento da produção das famílias, de forma que as mesmas não percam a totalidade de sua renda; o apoio na limpeza de propriedades; o socorro a animais e a prevenção de zoonoses, doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas.
Diante de um cenário onde 206.604 propriedades rurais foram atingidas, os extensionistas tiveram participações ativas em Comitês Municipais de crise, além de apoiar as gestões municipais e a Defesa Civil na identificação e no acesso às famílias pelas estradas rurais, visto que as equipes da Emater/RS-Ascar sabem onde residem as famílias, povos e comunidades tradicionais, e conhecem rotas alternativas para acessar esses locais. “Precisamos lembrar que é esse espaço que coloca alimentos na nossa mesa”, avalia a extensionista, ao referir-se ao meio rural gaúcho.
Foto ARQUIVO: Deise Froehlich, jornalista da Emater/RS-Ascar na região de Santa Rosa