O período, predominantemente úmido, marcado pela instabilidade climática de alternância entre precipitações e poucos momentos de tempo seco e de calor sobre o Rio Grande do Sul, intensificou as atividades de colheita da soja, nas janelas de condições ambientais favoráveis, e a área colhida avançou de 66% para 76% na média estadual, estando ainda 20% em maturação e 4% das lavouras em enchimento de grãos.
De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (2) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), a colheita das lavouras localizadas na metade Sul e Centro-Oeste do Estado foi acelerada por aspectos tanto cronológicos quanto climáticos. No primeiro caso, a jornada diária de colheita foi ampliada ao máximo possível, estendendo-se durante os períodos em que as lavouras apresentavam condições razoavelmente adequadas para o corte e a debulha.
Os dados deste Informativo foram levantados pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar na semana passada (22 a 28/04), quando algumas regiões já tinham sido atingidas pelas fortes chuvas. Já sobre o clima, com chuvas ainda mais fortes e intensas, os dados foram coletados até esta quarta-feira (01/05).
Em relação aos aspectos climáticos sobre a cultura da soja, os produtores precisaram adotar estratégias para retirar o maior volume possível de grãos a campo em razão da previsão de novas precipitações. Dessa forma, priorizaram áreas de maior produtividade; contrataram serviços extras de terceiros, aumentaram a logística de colheita e transporte; e realizaram a operação mesmo com condições desfavoráveis de deslocamento nas estradas, valendo-se, até mesmo, do auxílio de tratores para tracionar caminhões. O teor de umidade dos grãos colhidos estava elevado, demandando maior consumo de energia nos processos de secagem, nos pontos de recebimento.
Apesar das condições recentemente adversas – chuvas excessivas no início do ciclo, curtas estiagens e dificuldade no controle da ferrugem-asiática, considera-se que a safra de soja está dentro da normalidade devido à obtenção de produtividades conforme as projeções iniciais, de 3.329 kg/ha.
Milho – A colheita de milho, no Rio Grande do Sul, desacelerou um pouco, apresentando avanço de apenas 1% em relação à semana anterior e atingindo 83% da área, estando ainda 11% das lavouras em maturação e 6% em enchimento de grãos. Além da priorização da cultura da soja, o período foi caracterizado por precipitações e umidades relativas altas. Essas condições climáticas prejudicaram a obtenção do ponto de maturação de colheita nas lavouras, em diversas regiões do Estado.
Milho silagem – Na maior parte do Estado, tanto a colheita quanto a ensilagem foram novamente prejudicadas pelas chuvas, recorrentes desde meados de abril, o que atrasa as atividades no campo. Apesar dessas condições adversas, a colheita foi concluída em parte da região Norte do Estado e continuou na metade Sul e Vale do Rio Pardo. A produtividade projetada permanece em 35.518 kg/ha.