25, nov, 2024
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Dia Nacional da Conservação do Solo evidencia importância da correta utilização deste recurso natural

O dia 15 de abril é uma data importante não apenas para o setor agropecuário, mas para a sociedade como um todo. Nesta data se comemora o Dia Nacional da Conservação do Solo e é uma oportunidade de refletir a respeito da importância do uso correto da terra a fim de evitar sua degradação, contribuindo com a produção de alimentos, a preservação do meio ambiente, dos ecossistemas e da garantia da vida no planeta.

O Decreto de Lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), instituiu a data. De acordo com o Mapa, o dia 15 de abril foi escolhido em homenagem ao americano Hugh Hammond Bennett (15/04/1881 – 07/07/1960), considerado o pai da conservação dos solos nos Estados Unidos e o primeiro responsável pelo Serviço de Conservação de Solos do país norte-americano, que é também referência para diversos outros países. O objetivo da data é desenvolver um pensamento reflexivo e crítico sobre a importância da correta utilização do solo, como um recurso natural para a produção de alimentos e conservação do meio ambiente.

Tão importante quanto a água e o ar que respiramos, o solo é vital para a nossa sobrevivência porque é nele que produzimos alimentos. Essa condição é levada tão a sério por agricultores e profissionais das ciências agrárias que é comum ouví-los dizer, exagero à parte, que “a vida começa no solo”. Contudo, não é tão fácil extrair do solo os melhores resultados. A falta ou o excesso de minerais e compostos orgânicos, a compactação, a contaminação e erros de manejo, por exemplo, podem afetar negativamente o desempenho das plantas, além de colocar em risco a pequena camada de solo, que a natureza leva milhares de anos para produzir. Para termos uma ideia, são necessários 400 anos para que a chuva, o vento, o calor, o frio e seres como fungos, bactérias, minhocas, formigas e cupins desgastem lentamente as rochas e o material orgânico que irão produzir os macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e os micronutrientes (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn, Si e Ni) que formam o solo. As gerações futuras dependem de como estamos cuidando o solo hoje.

Garantir o uso sustentável das 13 classes de solos registradas no Brasil tem sido um compromisso, de longa data, não apenas de agricultores e suas representações, mas também de governos, instituições de pesquisa, ensino e Extensão Rural.

O Paraná e o Rio Grande do Sul foram os pioneiros no país a adotarem, na década de 1970, o Sistema Plantio Direto (SPD), considerado uma eficiente ferramenta conservacionista do solo, da água, do ar e da biologia do solo nas lavouras. À consolidação do Sistema Plantio Direto muito se deve ao Clube da Minhoca, criado em 1979, em Ponta Grossa (PR) e aos Clubes Amigos da Terra, que surgiram em 21 municípios do Rio Grande do Sul, a partir de 1982.

O grande desafio é estabelecer uma cobertura vegetal permanente no solo, utilizando o sistema colha e plante. Enriquecer o Sistema Plantio Direto e enfrentar a estiagem e a erosão, tem desafiado governos e setor produtivo a prestarem mais atenção nas plantas de cobertura de solo, em especial, gramíneas de verão: capim-sudão, sorgo e a mais aclamada de todas: o milho.

As raízes fasciculadas das gramíneas de verão são extremamente agressivas e capazes de penetrar no solo em maior profundidade, cavando espaços para a água infiltrar. Além disso, as raízes destas gramíneas acabam servindo de alimento para os microrganismos que vivem no solo. Na superfície, estas plantas são as primeiras a receberem as gotas de chuva, atenuando o impacto da água no solo e a erosão. Estas plantas também funcionam como um protetor solar, recebendo a radiação do sol e projetando sua sombra no solo.

Então, podemos concluir que devemos aumentar o volume de palhada nas lavouras gaúchas, com Sistema de Plantio Direto, seja dos resíduos que ficam após a colheita (milho, sorgo, trigo, etc.) seja de resíduos produzidos com essa finalidade (milheto, braquiárias, crotalárias, etc.).

A região administrativa da Emate/RS-Ascar de Ijuí possui aproximadamente 1.200.000 ha agricultáveis, utilizados para a produção de grãos e forragens para a bacia leiteira e é um dos exemplos do trabalho do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social do Rio Grande do Sul. Nesta região, as ações da Emater/RS-Ascar para o manejo do solo têm foco no aumento e preservação da matéria orgânica, na cobertura do solo e nas raízes, por meio de um arranjo de sistema de rotação de culturas que atenda às condições climáticas da região, os sistemas de cultivos e o tipo de exploração.

Diversos produtores aceitaram elevar suas propriedades à condição de Unidade de Referência Técnica (URT). Nestas URT, os técnicos da Emater/RS-Ascar acompanham o manejo e aplicam seus conhecimentos de química, física e biologia do solo. Eles analisam as camadas estratificadas do solo e levam em conta a formação de diferentes camadas em cor e estrutura. De posse destas análises químicas e da observação no local, são definidas, em conjunto com o produtor, as opções de correção de fertilidade e acidez.

A parte física, de estrutura do solo, é um pouco mais complexa e exige a aplicação de técnicas para identificar se as raízes das plantas estão ou não encontrando dificuldade para se desenvolverem, por causa da compactação ou adensamento do solo. Caso haja impedimento físico, os técnicos recomendam aos produtores introduzir plantas de cobertura com alta capacidade de produção de raízes e, ainda, a possível intervenção de equipamentos para revolver o solo compactado.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

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